Por ninguém



Nesses últimos dias, tenho ouvido praticamente a apenas uma música For no one", dos Beatles.

Quem me conhece sabe que sou uma grande fã da banda (não dá para esconder um poster que ocupa metade da parede do meu quarto), mas nunca parei para escutar o álbum "Revolver", circulando pelas músicas que tenho, descobri esse um pequeno achado. Sabe quando você escuta uma música e algo nela parece que foi feito especialmente para você? Depois de pular tantas faixas, ouvindo poucos segundos de cada uma, a voz do Paul McCartney surtiu quase um feito paralisante em mim, ao mesmo tempo que a letra não tinha nada a ver com minha situação, ela tinha, é algo que não consigo por em palavras, apenas sentir ao ouvir a música.

Mas enfim, vamos para a música em questão.

Logo no começo da letra, ele afirma que ela não o ama mais. Mas ao invés dela ficar triste parece que ela se libertou de algo, não tem ninguém mais que ela ame e isso é imensamente libertador. Ela está sozinha e não tem medo disso, na verdade acho que ela ansiava por isso. Ela chora, mas não por ele, não por ela, por ninguém, porque apesar de tudo, um término tem seu aspecto melancólico.

Por outro lado, ele não esperava por isso, ele a queria, ele precisava dela e achava que ela sentia o mesmo. Se nega a acreditar nas palavras dela até não ver mais amor em seus olhos. É duro para ele, seria duro para qualquer um, a cabeça dele dói e ele se lamenta "Um amor que deveria ter durado anos."

Essa é o meu verso favorito da música, tantos planos e certezas que temos certeza, tantas situações que achamos que duraram para sempre, mas apenas não durou. Nessa música não há um vilão, apenas a vida acontece, e um amor que deveria ter durado anos, não durou.


É difícil quando isso acontece, é sufocador quando você descobre que o mundo não acontece como você imaginou dentro da sua cabeça, você não tem controle das coisas, mas por outro lado, eu acho isso muito libertador. É como se fosse outra chance, uma chance de fazer diferente antes que você notasse que isso não tinha futuro. Talvez, depois que anos se passarem e quando você retorna nesse ponto, vai ter que admitir que foi o melhor. O melhor que poderia acontecer para você mesmo não acreditando isso na época.

Para mim, essa é a beleza da vida.


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